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Preenche-me o caminho com cartas de luz. Diz aos grilos para acordarem, eu preciso de música. És tão melódica, mãe, com essas rochas que quando piso fazem o som dos batuques, a água que escorre parece ser toda para mim e os bichos cantam todos os dias um ritmo novo que as árvores ainda não ouviram.
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Viajamos pelos mundos das rochas, mãe? E saltamos de uma em uma para não nos sentirmos sozinhos. Eu prometo, ficamos bem. Já tens paz? Sem horizontes turvos nem montanhas para subir? Os leões do mar dormem, mãe, e eu não quero dormir. Quero ver-te cantar com as árvores e comigo, eu e tu numa auróra boreal dançante onde a pureza dos tons desce à terra.
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E dormimos na neve, mãe... O para sempre sempre connosco. Quando fica mais escuro tu sopras lufadas de menta, mas acendes-nos as luzes das árvores e o mundo é nosso como nós somos teus. Ficas bem, mãe? Eu vejo agora a beleza e quero morrer assim, com esta imagem gravada na morte dos olhos. O prazer cai-me em estado líquido dos olhos, mãe. Eu nunca vi e agora tens de me levar. Para que o tempo pare e eu possa ver tudo agora, assim.
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