![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4DsLbZIcy2XCDEvvZEgbUDurjZbPk_zi-dU7IgbAKNjPG7UpKbh9oNyD68GnoCDSgqENOxrdlak8fGsTyfHttDeKG96mqiFIJ5MqQItkWzwzWvP_YO3bakraeHVyYibyuLm4CnoNJDA-Q/s400/orpheus-descending-.jpg)
Os deuses são medo, essência.
Imaginas o que é sentires-te desprotegida? Não te sentires abstraída de todos os problemas e todas as causas acidentais, ou não, que o universo possa ter? Os deuses colocam-nos no colo e tratam-nos do essencial, protegendo-nos dos ventos fortes e de copos gigantes de água entornada. Fazem-nos sentir dentro de um bolso fundo cheio de algodão, em que nem tudo é bom, mas não deixa de ser maçio.
E eles andam pelos solos bravos, cortam os espinhos das árvores e matam os mosquitos: o calor chega ao bolso, mas os mosquitos não entram.
Os deuses são a responsabilidade, essência.
E o medo que tivémos ao saber que éramos heróis da vida real, avançando por escuros impossíveis de penetrar e não sabermos o fim de tudo aquilo, fez-nos evocar os deuses da fantasia: eles saberiam o caminho e, se fosse mau, estariam lá para a culpa ser deles.
Porque é difícil sermos heróis, e é por isso que eles existem. Eles protegem e enfrentam tudo: não têm quem lhes protega; enfrentam tudo porque dependem de tudo.
Imaginas o que é sentires-te desprotegida? Não te sentires abstraída de todos os problemas e todas as causas acidentais, ou não, que o universo possa ter? Os deuses colocam-nos no colo e tratam-nos do essencial, protegendo-nos dos ventos fortes e de copos gigantes de água entornada. Fazem-nos sentir dentro de um bolso fundo cheio de algodão, em que nem tudo é bom, mas não deixa de ser maçio.
E eles andam pelos solos bravos, cortam os espinhos das árvores e matam os mosquitos: o calor chega ao bolso, mas os mosquitos não entram.
Os deuses são a responsabilidade, essência.
E o medo que tivémos ao saber que éramos heróis da vida real, avançando por escuros impossíveis de penetrar e não sabermos o fim de tudo aquilo, fez-nos evocar os deuses da fantasia: eles saberiam o caminho e, se fosse mau, estariam lá para a culpa ser deles.
Porque é difícil sermos heróis, e é por isso que eles existem. Eles protegem e enfrentam tudo: não têm quem lhes protega; enfrentam tudo porque dependem de tudo.
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Nós somos humanos, temos medo de assumir responsabilidades do passado, de coisas que aconteceram antes de pensarmos em existir e, por isso, preferimos pensar que não é responsabilidade nossa.
Imaginas o cargo que é ser Deus, essência? Ser dono de tudo, sendo vítima de tudo e agindo sobre tudo e tudo agindo sobre ti? Uma mescla que não consegues definir mas preferes lutar e vencer, sabendo que não há um fim na batalha nem vencedores porque tu nunca ganhas?
Tu sabes, és a essência de tudo, já estás velha neste ramo.
E é muita responsabilidade. Nós somos humanos e somos cobardes. Como poderiamos nós, imortais para sempre, continuar este cargo divino? Sermos deuses e não ter medo de ter medo, responsabilizando-nos pelo que tudo o resto não é responsável...
Torturariamo-nos, essência. Teríamos toda a glória: os pássaros cantariam mais alto e no alto das árvores para anunciar às ervas dos camponeses a nossa presença. E as ondam iriam bater com mais força, saudando-nos com uma salva de palmas a nossa coragem.
Mas nós abdicámos de tudo isso, de ti, essência. Para não termos responsabilidades.
Porque é mais fácil sermos pequenos de alma.
Imaginas o cargo que é ser Deus, essência? Ser dono de tudo, sendo vítima de tudo e agindo sobre tudo e tudo agindo sobre ti? Uma mescla que não consegues definir mas preferes lutar e vencer, sabendo que não há um fim na batalha nem vencedores porque tu nunca ganhas?
Tu sabes, és a essência de tudo, já estás velha neste ramo.
E é muita responsabilidade. Nós somos humanos e somos cobardes. Como poderiamos nós, imortais para sempre, continuar este cargo divino? Sermos deuses e não ter medo de ter medo, responsabilizando-nos pelo que tudo o resto não é responsável...
Torturariamo-nos, essência. Teríamos toda a glória: os pássaros cantariam mais alto e no alto das árvores para anunciar às ervas dos camponeses a nossa presença. E as ondam iriam bater com mais força, saudando-nos com uma salva de palmas a nossa coragem.
Mas nós abdicámos de tudo isso, de ti, essência. Para não termos responsabilidades.
Porque é mais fácil sermos pequenos de alma.
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