![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWV0RnFiO921kHyG_dTFuE7buJg57xiGud0AiP9-kuIwtU5ya5_zMx44hsnicF4L-OL_rWhrMeh9H7F2U49Tj1gNDbWQrYzNmNB-YHwXczJBeyRbZXkppU23iwapEf1sW1APrVSWyCp-G-/s400/Layers.png)
As camadas são essênciais sociologicamente falando. É uma rotina que aprendemos desde cedo que consiste em pô-la em prática sempre que estamos do lado de fora da porta.
Parece-me aceitavel vestir camadas do outro lado da porta. Mas parece-me aceitavel o facto de chegar a casa, jantar, ler e dormir ainda com toda(s) a(s) personagem(s) em mim? Há quem tenha personagens permanentes, daquelas a tempo inteiro. E é tão mau ter pena da pessoa que veste uma personagem enganando-nos e enganando-se a todo o tempo. Mas é mais mau ainda eu não perceber que há pessoas e há personagens.
As pessoas vestem personagens. As personagens essencializam-se sendo personagens.
E seria tão mau se eu não compreendesse que uma pessoa pode ser realmente uma personagem, por simplesmente querer com todo o seu fervor sê-la. Por não se sentir bem como pessoa e preferir resumir-se à personagem pretendida.
É cobardia? Eu tomo-o como conforto, poder realmente ser o que queremos e largar a pessoa em nós que nos incomoda. Eu podia não compreender, podia dizer que tal pessoa é desorientada, inexperiente quanto à vida, indefinida, entre outras coisas.
Podia, se não compreendesse que não se trata de uma pessoa, mas sim de uma personagem.