12 fevereiro 2011

Fatalidades


Quero-te morto.
Quero-te morto por uma questão muito simples: capricho.
É capricho querer o teu corpo mais pálido, era assim estipulado na beleza monárquica. Ter-te os olhos cinzentos e vazios deixaria-me contente, não verias tanta falta de beleza em mim. Quanto à interior, a gente arranjava-se.
Quero-te o corpo morto para poder relembrar-me mais frequentemente da tua frieza interior para que eu desista de magoar-te, seja como for.
É também um desejo sem fundamento querer o teu morto corpo frio para poder refrescar-me nele sempre que a temperatura aquecer.
E daquela vez que a cobra te picou e eu tive de te sugar o sangue?
Eu funciono por desejos, sabes disso.
Um dia "pico-te" para repetirmos a experiência mais intensamente.

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