![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0qijMDJ2kkXMBwoYxEj_doniZyhYceZaOuph3LWVB615avyhlOhk2uMXSRH0Ta296cIwnABcLV01wSoPSt_jwX8pJ4rFFh4pyGY5ydliGT8YRl3qjsvoOacQ4Aq4cl5cXUgtwrJNkH5P8/s400/CW-KZF-Homotography.jpg)
As paredes de nossa casa eram cinzentas: a mãe queria-las assim para as paredes confundirem-se com as almas. Gostava de tudo homogénico. E nós, no quarto, pintávamos todos da mesma côr e camuflavamo-nos entre as paredes, as cortinas e os desejos.
Tinhamos o desejo de voar. Voar para dentro da casa, descobrir os escômbros que só os bichos-da-madeira conhecem e poder assumir: " Mãe, conhecemos realmente esta casa". Porque nada nos dava abrigo se não os sonhos de navegarmos dentro de cestos com bandeiras a serem sopradas por lábios-biquinho, de voarmos sobre o parapeito da janela e de nadarmos dentro de uma banheira que nos constipava se o tempo fosse demasiado.
E a mãe, na sala cinzenta, lia romances clássicos e bebia chá dos trópicos enquanto sua alma vaguiava pelas paredes.
Tinhamos o desejo de voar. Voar para dentro da casa, descobrir os escômbros que só os bichos-da-madeira conhecem e poder assumir: " Mãe, conhecemos realmente esta casa". Porque nada nos dava abrigo se não os sonhos de navegarmos dentro de cestos com bandeiras a serem sopradas por lábios-biquinho, de voarmos sobre o parapeito da janela e de nadarmos dentro de uma banheira que nos constipava se o tempo fosse demasiado.
E a mãe, na sala cinzenta, lia romances clássicos e bebia chá dos trópicos enquanto sua alma vaguiava pelas paredes.
Sem comentários:
Enviar um comentário