08 março 2011

Apollo


-Vamos todos juntos?
-Não, vou só eu. Assim somos mais.

A tua grandeza de saber ser não seria bem entendida se não soubesse que não existe qualquer alter ego dentro ou fora de ti. Eramos todos núvens que tu iluminavas, e nós absorviamos-te diariamente. Os teus braços chegavam a nós todos os dias, beijavas-nos com lábios quentes nossa nuca e nós iamos, brincando numa caminhada infinita pelo céu , dividindo-nos em mil nómadas e tomando formas abstractas.
No dia em que alguem teria de partir, daríamos toda a vida e abdicaríamos de toda a glória por ti. Mas nós levariamo-nos. Tu sabias que, indo tu, levarias todos contigo. Sempre nos tiveste em conta no teu coração redondo.

1 comentário:

  1. Eu não ilumino nada. Parem de se iludir. Como é que de uma alma negra e assombrosa pode sair qualquer espécie de luz?
    eu só vos mostrava a insignificância das pequenas correntes que vos prendiam a sentidos errados. Mas ironicamente recebia sempre a vossa chuva. Aquelas cutículas de agua que nunca saíram dos vossos olhos. De onde saiam? prefiro nao comentar. Se calhar pensavam que abrandava a tão citada luz, mas apenas tornavam-me mais obscuro e frágil. Sim frágil... por dentro sou tão charmoso como uma peça velha num puzzle que não é o seu. peça que embora pareça rija e indeteriorável vai se desfazendo com cada toque errado, com cada encaixe falhado. Eu não tenho nenhum alter-ego ou personagem dentro ou fora de mim, é apenas uma carapaça engraçada.

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