26 julho 2010

Sabem a flores




Não é desforra, é preguiça.
E é ai que eu fecho a boca num suspiro e as palavras saiem na dança.
Daí pairam no sabor de baunilha em que o vento lhes afaga a face. Eu não vejo nada, mas sabe-me a flores e o ritmo da dança faz-me levantar o pézinho.
Sem ritmos, sem dogmas.
E elas dançam nos aromas de baunilha, uma aqui outra alí...
Eu quero que isto acabe, e muito rápido. Estou mortinho para começar tudo de novo.

2 comentários:

  1. Se soubesses o quanto as tuas palavras são suaves, escrevias-me todos os dias, colocavas as cartas no correio e esperavas que eu te respondesse.

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  2. ...são equilibrismos baratos na ponta da língua, desengonçares demasiado amadores que se prendem num erotismo de fusão. São migalhas, sopros servis no lóbulo da orelha. São defesas de dentes de ancinho e entregas em mão. São bailados estáticos a lembrar os estalidos do vinil ao fundo. São raízes à superfície, membros devorados por heras. Papel queimado, vermelho cor-de-beijo. Rosnares de paixão, suspiros de fúria. Enlevos brutais no âmago, enleios subtis nas rugas de expressão. Estimados batimentos. Velhos, velhos corações. Somos todos velhos corações. Daqueles com quem jogamos às cartas e nos enganam sempre, conhecem demasiado as ronhas do jogo. E o corpo, esse, perde sempre, é-o demasiado inexperiente. Corações velhos, velhos. Velhos. Enlaces abissais. Dualismos retorcidos.

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