11 dezembro 2010

À tua maneira


As lágrimas contidas têm pesos exorbitantes.
Condensam-nos pensamentos, embrulham-nos com papel-cartão pesado e colocam-nos numa balança inconstante.
Deixam-nos estáveis e a pensar correctamente:
pousamos malas com cuidado e batemos sempre à porta.
Lágrimas contidas são o excesso de acessórios de ti, uma etiqueta social de culturas populares.
E eu acho que também nos criam bolhas nos pés.



Larga a mala, a porta está aberta para nós.
Lança-te em vôo para a cama e esfaqueia os aliens da alma expressa em etiquetas racionais.
No 2º andar, inunda a cama, os tapetes e o quarto e deixa o teu rio de lágrimas correr pelas escadas, formando grandes cascatas sabor a fresco para poderes nadar.
Exterioriza-te e grita alto para meteres inveja aos pássaros.
Lágrimas fora são pecados inevitáveis onde o destino não comanda:
gritam-nos aráras e instintos descobertos momentaneamente.
Deixam-nos livres e aí podemos meditar.

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