13 abril 2011

Sabor a sal


Vinhas de vespa côr-de-menta, entre árvores em vénias num Verão infinito de azul continuado pelo céu. Eram óculos de cristal, o que usavas para contrastar com a toalha azul-petróleo? Foram buracos que fizeste para descobrires a areia fresca aguada e entrares dentro da Terra.
Acreditaste, até as mãos fazerem sangue de tanto cavares, que ias ao Centro do Mundo. Ias descobrir a eterna juventude e deixar o egoísmo tomar-te para que essa água benta te permitisse ver a evolução do planeta em paz, numa solidão acompanhada pelo desejo. Esse desejo sempre foi um prazer onde o orgasmo é inatingível, eu sei.
Deixaste o buraco aberto para que lá bem do fundo, no centro do mundo, pudesses, ao olhar-me de baixo, ver se eu era do tamanho dos deuses. Ainda não recebi resposta, mas mandei Hermes tomar conta do teu recado.

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