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Sempre foi grande amizade, a nossa.
Tu curavas-me as feridas quando eu chegava e eu abastecia-te o prato antes de partires. Ias com eles todos, a matilha inteira. Agitavas o ar com a tua cauda ao mesmo tempo que afastavas os males.
Corriamos juntos. E tu tinhas uma puta de mania de me ultrapassar; mas se eu parasse, tu vinhas ter comigo. E ficavas. O tempo que fosse preciso. E eras o meu ídolo porque sempre que cansado, ficavas com o maior sorriso rasgado em ti. Como se esse teu cansaço fosse saudável e revigorizante... como se o desgaste te fosse vital.
Hoje já não sei se eras meu ou se eu era teu, porque eras tu que à noite dormias sobre as minhas pernas, assegurando a tua propriedade privada.
*pede-se desculpa aos assíduos e bons heréticos pelo anterior desaparecimento deste post. Problemas técnicos.
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