20 fevereiro 2012

Panthera leo


Tínhamos a pança cheia de vida. Os estômagos dilatados pelos risos boémios que passam rápido. Tínhamos os bigodes já contados porque a erva nos limpava a pele. Fugiram-nos os hábitos, as mantas e os peitos incharam-se de hélio, que era para ver se subíamos também.Os pelos tornaram-se normais, porque o normal até já fica mais para o aconchego. E até dá mais tesão.
Roubámos alegria aos da cidade e fugimos dos sonhos para torná-los verdade.
Tornámo-nos leões que sorriem em vez de rugir.

3 comentários:

  1. Sorrir faz bem, mas também é preciso rugir de vez em quando, quebrar a rotina, senão a monotonia estraga tudo! abraço e bom carnaval

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  2. somos pigmeus de barba feita. alarves sem papilas ou pupilas. que se foda o mundo, a vida e nós mesmos. só sabemos mastigar ruidosamente, degustar ou digerir é que já não.

    quando aprenderes a amar ensina-me.

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  3. Sabes que as pétalas têm o exilir dos sonhos? teimamos que só na primavera é que conseguimos sonhar. como se o amavio do amor se rendesse caprinhos dos mal intencionados. como se fungássemos migalhas do ódio. Muitas vezes achamos que temos de arrancar as pétalas. que temos de arrancar o nosso caule, puxar com a força de um leão e saltitar para a vala. (como conseguimos ser irónicos.) esquecemos-nos que o exilir não se espreme, nem tão pouco cabe num frasco. esquecemos-nos que nascemos margaridas e que é sempre primavera na nossa mais abusada forma aqui algures ao pé das raízes do peito.

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