29 maio 2012

Thumbs

Eu nunca tinha reparado nessas marcas brancas. Têm um ar limpo e fresco, eu já tinha percebido isso no meu irmão e só pensava em ter uma marca dessas. Quando desenhava e eu via  aquela mão por cima do papel, quando estalava os dedos ou me apertava a mão em cumprimento. Ele sempre teve umas mãos bonitas. E muitas marcas assim.
Ele tem umas marcas branquinhas nas unhas dos dedos que aparecem de vez em quando, que eu acho perfeitas. Nossas mãos nunca irão ser iguais. Mas eu sempre quis - e vou querer - umas mãos assim quando fosse grande como ele. Desenhadas, simétricas e com marcas brancas nas unhas que aparecem e desaparecem como nuvens.
 Hoje eu sou mais alto que ele. Ele está baixo e com as temporárias marquinhas nas unhas que habitam o  seu punho forte. Eu, continuo a vê-las passar.

3 comentários:

  1. Adorei o texto, quase tão leve como um sorriso cúmplice...

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  2. Concordo com o Arrakis. Tudo o que escreves é uma lufada de ar fresco. Por isso é que já te incluo nas minhas sessões de estudo. Para ter períodos em que vivo.

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  3. que texto leve, costumo chamar de solar. brilhante, quente, cheio de afago.

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