17 novembro 2011

Pulmo


Cheiras a sexo. É um cheiro intenso, mas não me incomoda.
 Não é que tenhas acabado de o fazer, esquece isso. Mas pelo cheiro, sabe-se que vais fazê-lo agora. E ainda estou para descobrir se vem dos teus olhos, dos teus braços enrolados a mim, se do bafo a galão. Se é perfume que pões ou é do que sentes quando estamos sós e o mundo é nosso. Cheiras a sexo quando afundo a minha cara no teu pescoço, quando partilhamos a casa de banho ou cozinhas para mim e como do teu garfo. E não há nada como não resistir ao cheiro e fundirmos-nos em cima das almofadas silenciosas;  o instinto provoca o mesmo ritmo, o desejo acorda a mesma respiração e somos um só.
E vou para a rua com esse cheiro suado e incómodo para os outros, contente por cheirar a ti.

3 comentários: