30 abril 2012

Carta de amor

Nada na vida é justo. Não queiras viver confinado numa sala com um juíz, dois advogados e o teu adversário. Improvisamos, que é melhor. Vais ver que nem vais reparar, porque és e somos tão nada que morreremos sem  idealizar o que justo quer dizer.
Podemos ser pacman's, a sério. Podemos ser felizes para sempre, durante cinco minutos. Eu dou-te felicidade, se algum dia a tiver. Vais gostar.
Nem me peças para explicar o amor que sinto por ti. Eu não sei o que é amar. Tu não mo ensinaste porque não se ensina algo que não se sabe. Não consegues dar-me algo se não o tiveres. Nunca vais fazer sentir-me verdadeiramente livre, porque tu não vives na liberdade. Talvez concordes comigo no sexo. Eu gosto de cus dignos. Duros, queimados pelo sol e apertados. Usados pela vida. E pelos homens. Isso é um cu digno. Nunca gostei de virgens.
Alegra-te, vá. Isto é uma carta de amor. Talvez a verdade seja amor. Eu gostaria da verdade, se conseguisse imaginá-la. Gosto de saber que sou pequeno, que não sou nada e que posso imaginar ser tudo. Tudo, com todas as letras. Porque vai continuar a ser mentira. E eu vou continuar a viver nela, porque na verdade, nem tu, nem eu, sabemos o que é verdade.
Eu escolho a minha.

3 comentários:

  1. Estou a gostar muito dos teus textos.
    São duros, mas também a vida o é...
    E falam de amor...

    ResponderEliminar
  2. Gostei muito de ler. Quase advinho que és um aquariano.

    ResponderEliminar
  3. sinceridade acima de tudo. como eu gosto.

    Gostei mesmo muito (:

    ResponderEliminar