Nós gastamos o pé pelas ruas calcetadas e cantamos as músicas popularuxas da nossa adolescência tão supervisionada pelo vinho tinto do barato. Abrimos a boca e deixamos o ego endireitar-nos a coluna marreca, só para sentirmos que conseguimos. Pegamos no copo com um outro jeito e só olhamos quando sabemos que ninguém está a ver. Ou até nem olhamos para ninguém, porque ficamos maiores se não olharmos para ninguém a não ser para os nossos.
Figuramos cantigas e risos, exageramos nos assobios e na alegria para provar, mais que ninguém, a nós mesmos, que somos felizes como quando nos deitávamos à frente da secundária depois das aulas. Sentiamo-nos os reis do chão quente em que nos deitávamos. E só o chão bastava. Não queríamos o mundo, para não ficarmos longe uns dos outros.
E os mais burros sonham connosco, na cama à noite antes de irem dormir, pensando que toda a nossa vida é assim. Que não é preciso vontade para ser alegre. Pensando que em casa, não somos apenas os meninos que atam os sapatos antes de sair.
muito bom.
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