30 agosto 2012

Menina dos Fósforos



Diz à menina das pupilas brancas que afinal o destino é redondo. Conta-lhe que a esquina do nosso prédio cheira a kiwi e confessa-lhe que o Universo é uma esfera invertida e virada do avesso que nós nunca iremos compreender porque não temos tal forma que o represente. Chora-lhe algumas histórias russas para que ela ganhe ossos fortes e brinda-lhe o estômago com a hortelã que plantaste comigo na varanda do meu quarto.
E pede-lhe o troco, que seja a lucidez num sorriso.

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