21 fevereiro 2012

Poesia


Eu nasci assim. Só ainda não tinha percebido o meu ADN. Quem dera até nunca perceber, para poder ser tudo enquanto não souber o que sou. Falta-me o faltar-me alguém. O meu espelho sorriu muitas vezes em frente de mim para eu ficar cheio do que via. Era tudo uma brincadeira e nós vamos brincar até eu cansar. Se não quiser, então se foda. Meu espelho só cabe para um, nos dias úteis. 
E eu vou morrer para te esperar a morte também, para poder voltar em paz. Vou fingir que não soube quem era o destino quando ele próprio dormiu nu comigo e vou fazer com que teus desejos sejam realizados como em um filme. Vou embora com a morte para matar-te a alma. 
E nem fale de coerência porque eu acabei de gozar três vezes seguidas bem em cima dela. Só porque eu senti algo que já não existe não quer dizer que eu não possa ficar deitado no capim fresco e olhar o céu até me perder. Porque eu não quero me encontrar. Eu fujo de todo o mundo que tenta fazer com que eu me encontre. Eu vi o demónio, no espelho escuro, dentro de mim e dei graças ao meu deus que toda a vez que eu me ajoelhasse, o riso do Diabo viesse até a mim para me santificar. Eu jurei que iria ser o podre e o defecado. Eu roguei praga para todos os santos e até para os aspirantes e fiquei no capim verde a olhar o céu. Pedi só um vinho e licor para poder lembrar da minha irmã satânica e fugi do mundo. Eu vou adorar tudo o que você não entender e não quiser porque no fim, você e eu vamos morrer e esse jogo de inteligência irá para o fundo do saco grande de um caralho. 
Então, se quiser ficar deitado/a no capim verde se perdendo do mundo enquanto olha as estrelas, faça o favor. Se não, foda-se.

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