16 maio 2012

Cerebelo


Eu vou autografar-te o cérebro. Desculpa, perdoa-me, mas é assim que se joga cá em casa. Cá no quarto. Cá na cama. Vou ter de matar-te, já que o sentimento de posse é tanta e, claro, vou abrir-te o cérebro para que possa escrever lá o meu nome junto de alguma piada. 
 Peço-te que não deites muito sangue, eu não gosto desse cheiro a ferrugem e as minhas mãos vão ficar borradas se isso acontecer. Eu só quero autografar-te o cérebro. Descansa que depois fecho-te com fita-cola o crânio, e coso-te o couro cabeludo todo de novo.
 Para ninguém perceber que, por dentro, és meu.

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