Tu foste o Diabo de todos os sonhos meus. Foram inúmeros os holocaustos que senti, deitado sobre pedras lisas de mármore que um dia fora verde. Tentei ainda aprender a fazer vudu contra o demónio que me sacrificava o sangue, para contornar a profecia.
Mas tu só querias ser feliz. Tu só seguias o caminho que tem de se seguir. Fugiste de vários campos de trigo para te deitares comigo no quarto. Eu sei. Eu sei, eu hoje sinto que já sei tudo quanto a isto. Tu tornaste-me a vida negra e o coração solitário, pegaste em mim entre o indicador e o polegar, levantaste o braço bem alto e largaste-me para eu sentir o impacto que toda a merda de pombo sente ao bater no chão.
Tu fizeste com que aprendesse a ver à noite e fizeste-me gostar da minha própria companhia. E eu percebi que não se deve voar com os pombos. Tu só me ensinaste a ser mais homem. E a perceber que tudo o que querias, é que eu um dia fosse forte como tu. Parece-me que chegou agora a minha vez de esconder-me debaixo das camas das criancinhas sonhadoras. De crucificar quem se aventurou a ser Jesus. De herdar o destino de quem só quis que eu um dia fosse forte como tu.
« largaram-me a mil metros do chão
ResponderEliminarlargaram-me porque me agarrei,
(...) »
que texto forte. me vi nas linhas, será que tudo que eu tenha passado é para me libertar e ser lobo e não chapeuzinho?
ResponderEliminargostei, gostei do tu principalmente
ResponderEliminarfaz tempo q não vejo ninguém escrevendo tu
já tens a firmeza de uma estátua...?
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